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Empresários do Cariri viram réus por venda de oxigênio adulterado

Durante a maior crise sanitária da história recente do País, a pandemia de Covid-19, o Brasil registrou a morte de cerca de 700 mil pessoas, deixando milhares de famílias enlutadas. No Cariri, apenas no ano de 2020, auge da disseminação do vírus, os municípios que compõem o Crajubar: Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, acumularam 69.983 casos confirmados e 1.235 óbitos, conforme dados do Ministério da Saúde.

Em meio ao cenário de urgência e vulnerabilidade, práticas ilícitas surgiram e agravaram a crise. Uma delas foi a falsificação de oxigênio medicinal, essencial no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória. No Ceará, empresários foram indiciados em 2025 por fornecerem oxigênio industrial a hospitais públicos durante o período mais crítico da pandemia. O produto, que deveria ser próprio para uso hospitalar, era adulterado e vendido como medicinal. De acordo com o Ministério Público do  Ceará,  para burlar a fiscalização, alguns dos estabelecimentos teriam utilizado lacres falsos de empresas que efetivamente tinham autorização para comercializar oxigênio medicinal.

As investigações do MPCE, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), tiveram início ainda em 2020, após denúncias sobre o fornecimento irregular. Na última semana, a Justiça recebeu a denúncia formal contra 12 empresários acusados de adulterar oxigênio medicinal durante a pandemia.

Entre os denunciados estão os proprietários de três empresas do Cariri: Crajubar Gases LTDA, do Crato; Oxigênio Cariri LTDA, de Barbalha; e Líder Gases (Oxigênio Padre Cícero Eireli), de Juazeiro do Norte. O MPCE também apontou a existência de duas empresas clandestinas, responsáveis por manipular oxigênio industrial e revendê-lo como medicinal, com o objetivo de aumentar os lucros em meio à alta demanda hospitalar, uma delas a Líder Gases  sediada em Juazeiro do Norte, o site a Verdade Cariri tentou contato com  grupo que não respondeu. 

Uma das empresas indiciadas foi a Crajubar Gases, a empresa  informou que ainda não foi notificada oficialmente e que, no momento processual adequado, apresentará provas para comprovar sua inocência. A empresa reafirmou o compromisso com a legalidade e as boas práticas empresariais.

O caso segue sob investigação, e o andamento processual será acompanhado de perto pela população e pelo setor de saúde da região, que ainda carrega as marcas da pandemia e busca respostas sobre possíveis irregularidades cometidas em um dos períodos mais delicados da história recente.

Texto: Regy Santos.

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